Chego a Alexandra Lucas Coelho a través do Bibliotecário de Babel. Este blogue recupera un fragmento dunha interesante crónica que subscribe a xornalista de Público. Neste extracto que rescato reflexiónase sobre o concepto de “escrever de graça” e como cada día vai resultando do máis natural que se solicite escribir de balde. Déixoo aquí:
«Sento-me com outra amiga em Lisboa e ela conta-me que recusou idas e vindas e textos por não serem pagos, mas que isso não constituiu problema para quem a convidava, porque havia sempre gente para aceitar — como agora há cronistas a escrever de graça.
Eu vejo duas boas razões para escrever de graça. A primeira é quando alguém próximo nos pede. A segunda é quando reverte a favor de quem precisa. No primeiro caso trata-se de amizade, no segundo de voluntariado. O resto chama-se abuso.
O abuso não só perpetua o estado das coisas como o acentua. Cada vez que alguém acha natural não pagar a quem escreve está a dizer que a literatura é acessória, e a contribuir para que ela desapareça.»